O fósforo (P) é um dos elementos de suma importância para o metabolismo vegetal, pincipalmente para o estabelecimento e desenvolvimento das plantas, já que quando aplicado em quantidades adequadas beneficia o processo de germinação, desenvolvimento de raízes e produção final das plantas.
Este elemento caracteriza-se por ser pouco móvel e de fácil retenção, facilmente sofre perdas por percolação (movimento subterrâneo da água através do solo). A erosão pode ser a principal responsável pelas perdas de fósforo quando há perdas de matéria orgânica e partículas coloidais com o nutriente presente.
Sua disponibilidade no solo depende de reações físicas-químicas, como a adsorção, a dessorção e a precipitação, além dos processos biológicos, como a imobilização do P inorgânico e a mineralização do P orgânico.
Assim, o fósforo encontra-se na fase sólida de duas formas: orgânicas e inorgânicas e, na fase líquida em formas inorgânicas na solução do solo. O P contido no material de origem do solo está disponível na forma de minerais, com predomínio dos fosfatos, através do intemperismo este elemento é liberado para a solução, em pequenas quantidades. O P total da maioria dos solos pode ser relativamente grande, entretanto processos geoquímicos e biológicos podem transformar os fosfatos naturais em formas estáveis, fixado, combinado com outros elementos como cálcio, ferro ou alumínio, formando compostos não assimiláveis pelas plantas (P-lábil).
Além disso, no solo o P pode ser imobilizado (quando disponível na forma orgânica não assimilável pelas plantas, tornando-se apto para a planta pela mineralização da matéria orgânica) ou adsorvido (caracteriza a forma em que a fração de fósforo presa ao complexo coloidal do solo é disponibilizada através de trocas com as raízes) e assimilável (parte que se encontra diluída na solução do solo sendo facilmente absorvido pelas plantas).
A adsorção do fósforo, termo genérico para todo processo que resulta na retenção do elemento, é um dos fenômenos mais estudados devido a sua complexidade. Algumas características do solo como, por exemplo, mineralogia das argilas, conteúdo de coloides amorfos não cristalinos e o teor de matéria orgânica influenciam a adsorção do fósforo.
Em solos classificados como Latossolos, onde há predomínio de caulinita e óxidos de ferro (Fe) e alumínio (Al), o processo de adsorção diminui a quantidade de P inorgânico na fração lábil, em função da alta energia de ligação entre o ânion fosfato e os grupos funcionais de superfície mineral.
Outro fator que agrava as deficiências deste nutriente para a planta é a mineralização acelerada do P orgânico através do manejo inadequado do solo, pois o elemento passa de formas inicialmente lábeis para outras cada vez menos disponíveis. Acredita-se que a manutenção do P em formas orgânicas conduz a sistemas de maior sustentabilidade, pois há retardamento do processo de adsorção de P com alta energia.
A fim de reduzir os efeitos desse fenômeno no solo, a adoção de sistemas de manejo do solo que proporcionem o incremento de matéria orgânica (MO), aumento do pH e maior atividade microbiana , tornam-se ferramentas fundamentais. Isso porque, os grupos funcionais carboxílicos e fenólicos presentes na MO são responsáveis pelo bloqueio dos sítios de carga positiva dos óxidos de Fe e Al, reduzindo a adsorção do P. Já a elevação do pH do solo através da calagem, permite o aumento da concentração e da atividade dos íons OH– em solução e com isso há uma precipitação de Fe e Al, reduzindo precipitação de fósforo-Al e fósforo-Fe.
Nesse ambiente, a utilização do sistema de plantio direto, rotação de culturas e fertilizantes adequados são fatores que devem ser levados em consideração para garantir o bom manejo solo minimizando os efeitos da adsorção do fósforo.
O fertilizante Organic Bloom, fonte fósforo orgânico e aminoácidos, é uma alternativa a ser utilizada pelos produtores a fim de complementar a adubação de base e fornecer fósforo a planta. Devido a sua formulação, trata-se de um produto quelatizado que neutraliza a ação de outros elementos que possam ser nocivos a planta, e que impeçam a mesma de absorver os nutriente necessários para seu desenvolvimento pleno.
*Fernanda Mugnol- Eng. Agrônoma – CREA RS 178798. Pós graduanda em MBE Perícia, Auditoria e Gestão Ambiental
Referencias Bibliográficas
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